Por Eduardo Ferreira
A Bombonera, o icônico estádio do Boca Juniors, é reverenciada de forma especial por aqueles que amam o futebol sul-americano. Sua história gera curiosidade para os que nunca tiveram a oportunidade de visitá-lo, questionando se a atmosfera é realmente como dizem. O Palmeiras e seus torcedores puderam experimentar isso no empate sem gols na última quinta-feira, pela ida da semifinal da Conmebol Libertadores.
Embora a casa do Boca não seja novidade para parte do elenco do Palmeiras, já que os times se enfrentaram na Libertadores de 2018, a acústica do estádio realmente cria um ambiente impressionante para os visitantes. Desde antes do início do jogo, quando as equipes adentraram o estádio, a festa já se manifestava. Papéis picados eram lançados de um lado enquanto a La 12, a barra brava do clube, fazia seu espetáculo com batuques. Do outro lado, abaixo do setor onde estava a torcida do Palmeiras, sinalizadores eram acesos, envolvendo a Bombonera em fumaça.
Houve até mesmo torcedores que subiram nos alambrados para celebrar, ignorando as recomendações de descer imediatamente. Enquanto isso, o Verdão foi até próximo da área dos visitantes para agradecer a presença de sua torcida.
O barulho ensurdecedor criado no estádio é considerado uma arma para o Boca Juniors. A região atrás de um dos gols, de onde a reportagem acompanhou o jogo, permitia sentir um pouco do que os jogadores do Palmeiras enfrentavam. A torcida fica extremamente próxima do campo, intensificando a pressão sobre o rival.
A torcida alviverde, composta por duas mil pessoas, mesmo tendo sofrido ataques racistas e até apedrejamento de ônibus a caminho do estádio, fez sua parte. Com bandeiras verdes e brancas, deram vida ao seu setor e se fizeram ouvir nos momentos em que os argentinos diminuíam o volume.
É preciso destacar que é irreal afirmar que os torcedores do Boca cantam durante os 90 minutos em todo o estádio. Em vários momentos, a região central do estádio ficou em silêncio, levando a cobranças daqueles que estavam atrás dos gols, instigando todos a apoiarem.
O Palmeiras contribuiu para diminuir um pouco a empolgação, não apenas por incomodar o goleiro Romero, mas também por segurar a bola, especialmente na defesa, especialmente no primeiro tempo. Até o intervalo, o time de Abel Ferreira chegou a ter mais posse de bola.
Essa estratégia ajudou a controlar um pouco o clima. No entanto, a cada lance de perigo ou disputa mais intensa, o barulho voltava, como na chance incrível que Merentiel teve no primeiro tempo.
Tanto os jogadores quanto a comissão técnica do Palmeiras adotaram uma postura tranquila, especialmente no primeiro tempo. Abel Ferreira, por exemplo, reclamou poucas vezes com a arbitragem e passou a maior parte do tempo assistindo ao jogo sentado.
O cenário começou a mudar na etapa final, quando o Boca Juniors aumentou a pressão e o Verdão teve dificuldades para encontrar saídas. Do banco, jogadores davam orientações, e dentro de campo as conversas eram constantes para tentar corrigir os problemas.
No entanto, a pressão do Boca sem resultados acabou frustrando a torcida argentina. À medida que o fim se aproximava, era possível ouvir claramente perto do gol de Weverton: "Porco, olê, olê, olê, Libertadores, eu sou tri". Eram os palmeirenses que não paravam de cantar.
Quando o jogo entrou nos acréscimos, os reservas do Palmeiras já estavam em pé. E assim que Weverton fez uma defesa crucial perto do fim, os gritos vinham de fora do campo, pedindo calma.
Ao soar o apito final de Wilmar Roldán, os jogadores repetiram o gesto antes da partida: foram até a área dos visitantes para agradecer aos palmeirenses presentes.
Uma noite de Libertadores na Bombonera é uma experiência que certamente marcou a delegação do Palmeiras, os torcedores e aqueles que viajaram para cobrir a partida. Abel Ferreira fez muitos elogios ao ambiente vivido na casa do Boca, mas lembrou do que os palmeirenses estão repetindo: "agora é na nossa casa".
– A maior torcida do mundo é a do Palmeiras (risos). Queria muito vir aqui, queria sentir o ambiente. Falei aos jogadores que, se eu pudesse, pagaria para jogar esse jogo, mas meu tempo já foi. É uma energia boa, parece que eles estão no nosso ouvido, mas agora é o Boca que vai experimentar o nosso estádio. Os torcedores do Palmeiras são os melhores do mundo – declarou.
Apesar do desempenho não tão favorável, o estádio pode intimidar, mas o Palmeiras saiu da Bombonera com a vaga em aberto.
Agora, a disputa será no Allianz Parque, na quinta-feira, às 21h30. É a vez do Verdão e sua torcida mostrarem que a arena também é um ambiente desafiador para seus adversários, especialmente na Libertadores. As informações são do Globo Esporte.
29/02/2024
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