Por Eduardo Ferreira
A crescente preocupação dos clubes europeus com o risco de não receberem todo o dinheiro acordado em transferências para clubes da Arábia Saudita está gerando discussões e solicitações de garantias junto à FIFA. Essas informações foram divulgadas pelos jornais "The Guardian" e "The Telegraph" na última quarta-feira, e têm suscitado debates sobre a segurança das transações envolvendo clubes sauditas.
A transferência de Neymar do Paris Saint-Germain para o Al-Hilal, por exemplo, envolve um montante significativo de 100 milhões de euros, e esse é apenas um exemplo das operações de alto valor que têm sido realizadas entre os clubes europeus e a Saudi Pro League.
O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi, manifestou confiança na força do futebol europeu e destacou que o clube está focado em sua própria performance e competições. No entanto, as discussões sobre o assunto aconteceram durante a Assembleia Geral da Associação de Clubes da Europa (ECA), indicando que a preocupação é compartilhada por outros clubes e partes interessadas.
Segundo os relatórios dos jornais, o montante gasto pelos clubes sauditas nas principais ligas europeias atingiu um valor considerável de 878 milhões de euros em 2023, representando um aumento significativo em relação a anos anteriores, como 2020, quando foi de apenas 63 milhões de euros. Essa quantia agora representa cerca de 11% do total gerado pelas vendas de jogadores durante a janela de transferências europeia.
Os clubes europeus estão buscando mecanismos para garantir que essas transferências sejam efetuadas conforme o acordado com os clubes sauditas. Embora a UEFA tenha regulamentações estritas sobre dívidas pendentes entre clubes dentro do continente, as mesmas regras não se aplicam a clubes de fora da Europa.
A preocupação reflete a necessidade de estabelecer salvaguardas para as transações internacionais de futebol e garantir que os clubes recebam os pagamentos acordados, mantendo a integridade financeira e o funcionamento eficaz do mercado de transferências. A FIFA e a ECA podem desempenhar um papel fundamental na resolução dessa questão e na criação de diretrizes que proporcionem maior segurança aos clubes envolvidos em transferências internacionais.
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